Resenha: "Destino" de Ally Condie – Suma de Letras

Nas mais de 200 páginas de Matched/Destino, Ally Condie mantém uma narrativa cheia de emoção, uma pitada de aventura e uma crítica bem clara à Sociedade. É por meio da bela Cassia Reyes que Ally nos introduz nesse mundo onde tudo é decidido por um grupo de pessoas [a Sociedade] – como o que você come, onde você trabalha, quando morre. Mas a história gira em torno de uma das principais decisões que a Sociedade toma: com quem você casa.

 Tudo começa na noite do Banquete do Par, quando Cassia completa 17 anos e vai a um baile na prefeitura [uma das poucas ocasiões onde lhe é permitido usar roupas coloridas e vestido] com sua família e seu melhor amigo, o encantador Xander – que por coincidência também havia sido convocado para conhecer seu Par naquele baile. Amigos de infância, Cassia e Xander sempre sentiram algo pelo outro, e era permitido que tivessem paixonites antes da designação do Par – que seria para a vida toda – mas os dois nunca se entregaram a essa paixão, pelo que eu senti foi por conta do medo da Amizade acabar. O que não esperavam era que a Sociedade fosse fazer uma escolha rara e designar a Cassia um Par que ela já conhecia – e não alguém de outra Cidade – e sim, era Xander.


Não poderia haver Par melhor para Cassia ou para Xander. Conheciam-se como ninguém, gostavam um do outro e moravam no mesmo Bairro – o que indicava que ao se casarem, aos 21 anos, não morariam longe de suas famílias.  O primeiro beijo acontece, e você se apaixona pelo casal. E ainda mais por Xander, é claro.

No entanto, na noite do Banquete do Par, eles receberam um cartão que continha informações sobre seu Par – para aqueles que não conheciam o futuro marido passarem a conhecer um pouco mais deles. Quando Cassia resolve olhar o seu cartão, no terminal [uma espécie de computador controlado pela Sociedade] de sua casa, o rosto de Xander apareceu por um breve momento e fora substituído por outro – o de Ky Markham.

Ky nunca fora o melhor amigo de Cassia, mas era de seu circulo de amizades. Fora adotado pelos Markham – depois que a Sociedade cometeu um erro e o filho deles foi assassinado – e se integrou à escola com extrema facilidade, embora ninguém nunca soubesse de verdade de onde ele veio. Quando uma Funcionária da Sociedade procura Cassia para falar sobre o erro no cartão do Par, acaba revelando que Ky é uma Aberração [alguém das Províncias Exteriores, locais onde geralmente não havia ordem e respeito à Sociedade] e que jamais poderia estar no sistema de Pares devido a esta condição.
Apesar de amar Xander e estar satisfeita até ali com a escolha de seu Par, Cassia vai além. Procura Ky. Passa a percebê-lo, observá-lo, questioná-lo. 

Logo passam a fazer as mesmas atividades como Caminhadas, onde Ky revela ser um romântico, ensina Cassia a escrever [eles só podiam digitar] e se envolvem cada vez mais.

Nem preciso dizer que aí ela já está perdidamente apaixonada por ele, certo?  O que me revolta, porque a autora lhe entrega um personagem e casal que poderia desenvolver completamente – mesmo que Cassia quisesse fazer escolhas sem depender da Sociedade – falo sobre Xander, que é esquecido no desenrolar da historia dela e de Ky, que é um personagem incrível, de se apaixonar, mas Xander… você se apaixona no início, e – pelo menos, eu – continuei apaixonada por ele e me sentindo mal por seu personagem ter se perdido numa clara preferência da autora por Ky.

Espero que na sequência [cuja capa você vê aqui ao lado e AMO tanto quanto a capa de Destino] Crossed, Xander reapareça e mostre que mesmo com a Sociedade, ele pode lutar pelo amor de Cassia. É uma leitura altamente indicada, e vai ser bem melhor se você resolver ser #TeamKy. Sinto muito, mas #TeamXander me conquistou. Pela imagem, dá para perceber que Cassia está saindo da enorme bolha de proteção em que viveu a vida inteira, protegida, guiada e controlada pela Sociedade. Em Crossed, veremos a personagem que o Avô dela quis que ela sempre fosse. Alguém que não entrasse docemente, alguém que lutasse pela diferença. 


O que você acha? Cassia deveria lutar pelo diferente ou ficar com o seguro, o amável? 



Para “Destino” de Ally Condie – publicado aqui no Brasil pela Suma de Letras – eu dou 4 pipocas. Ally soube fazer uma crítica bem construída para a própria Sociedade em que vivemos e as sociedades anteriores – como constrói personagens que fazem você sentir tudo que eles sentiam. A 5ª pipoca, no entanto, não está aqui por Ally não ter administrado bem o personagem de Xander. 


E vocês, já leram Destino? Gostaram da Resenha? Estão ansiosos para Crossed? 

3 thoughts on “Resenha: "Destino" de Ally Condie – Suma de Letras

  1. Juh Oliveto says:

    Eu adorei este livro e meu Matched já está à caminho! Concordo que a Ally deixou o Xander bastante de lado, mas entendi isso também como consequência da história ser narrada pela Cassia.Só tenho uma pequena crítica: acho que você contou coisa demais na resenha, incluindo o final do livro, e isso pode desagradar quem ainda não leu. ;)Beijocas!Juh OlivetoLivros & Bolinhos ~

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